(13-04-2017)
Ode ao Onno e Andrea
Salto fronteiras, venço zimbre
Colho flores, longos húngaros
Abraços.
Adeus distâncias, com o timbre,
Profundos
Vencem amizade estes laços.
Sobre notas antigas falámos,
Braga presente na memória.
Línguas estrangeiras, liames
Duradoiros é nossa história.
São eles meus bons amigos
Que a casa do trabalho tornam.
Expectativas, sonhos idos,
Eles queiram, sempre voltam.
A eles devo tanto preito,
Que lembranças novas comecem.
Comigo os trago no peito,
Descansem, agora adormecem.
Amanhã, antigos sinais celtas
Vamos buscar pelo rio Reno.
Martas nas colinas esbeltas,
História nova em dia ameno.
No alto céu brilha, escondido, o sol,
Neste país receado por frígio.
Belas canções as do Tirol,
Aos ouvidos vêm em rodízio.
O Reno aqui se chama Waal,
Lento, calmo, em chão de Holanda.
Mantimento certo como o sal,
Em Nijmegen, meigo, nos vê e abranda.
Minha é a amiga Andrea,
Com seu companheiro Onno.
Foi até ele tal sereia,
Porém, dela ele é patrono.
(17-04-2017)
Em lençóis macios estendo meus pés,
Nesta terra, com grandes mágoas,
Tirada
ao mar.
Do chão amargo se retiraram águas,
Cortinas brancas esvoaçam de par em par.
Sobrevoam, elegantes, pêgas sobre os jardins,
Procuram, satisfeitas, o gostoso alimento.
Mais que a conta também vêm as gralhas,
Levando prós ninhos, nos bicos, não sustento
Mas rebuscadas, entrançadas quentes palhas.
No jardim rasgado se vê pela janela,
Cores variadas, vivas, elegantes flores.
Sobranceira, a casinha dos pássaros os espera.
Chamar a esta casa alegria e amores,
Contados em emails de fresca primavera.
(18-04-2017)
Não há vento a uivar à janela.
Os pássaros cedo se esconderam em seus ninhos.
Muito silêncio temos de fazer para os seus pios
Ouvirmos nesta noite morna em nossos caminhos,
Longe de nosso lar embebendo princípios.
Amanhã, já Braga em seu vale vemos,
Pois viagem em leves asas de Nijmegen
Temos.
Abraços não chegam, que as saudades
Apartam.
Somam-se lembranças em aperto sereno.
Já não precisas mais do computador?,
Não, obrigada, podes guardar já,
Que tudo está pronto da minha parte.
Vê tu o que tens para levar de cá,
Seja sapato, vestuário ou livro de arte.
Deixamos para trás os Países Baixos
Com pena, tantas artes lavradas.
Por artistas, quantos são de grande nomeada,
Quadros belos, telas tantas sonhadas,
Em museus raros num país de terra prateada.